Responda rapidamente: você conhece alguém que, em um momento de
tristeza ou ansiedade, come uma barra de chocolate inteira ou devora a
travessa de lasanha em poucos minutos? Essa é uma reação infelizmente
comum quando não conseguimos lidar muito bem com as nossas emoções.
Para ajudar a mudar essa forma de agir, surgiu uma novidade que pode ajudar na luta contra o excesso de peso: a Terapia da Aceitação e Compro misso (do inglês Acceptance and Commitment Therapy – ACT). Interessado(a)?Então, conheça mais detalhes sobre esse tratamento a seguir.
O que é a terapia?
Trata-se de uma técnica desenvolvida por Steven C. Hayes e pertence à
psicologia cognitivo-comportamental. Segundo Hayes, ao entrar em contato
com nossos sentimentos, é preciso aceita-los e, portanto, tomar uma
atitude concreta em relação a esse fato. A aceitação é um passo
importante e significativo em prol de mudanças positivas.
“O objetivo dessa terapia – realizada por meio de sessões individuais –
é incentivar a pessoa a lidar com as situações como elas realmente são,
em vez de interpretá-las. Isso porque, geralmente, nossas leituras
particulares podem acabar levando a atitudes autodestrutivas, como comer
o bolo de chocolate inteirinho apenas porque tivemos um dia difícil”,
exemplifica a psicóloga Vânia Calazans, da ELO Clínica de Saúde.
Um exemplo prático
Uma garota fica triste porque seu namorado não quis acompanhá-la a uma
festa, alegando que estava cansado – esse é o fato. Porém, ela
interpreta essa atitude de outra forma e conclui que ele já não está
mais apaixonado. Resultado: ela fica em casa, frustrada e triste, e
devora uma caixa de bombons. Com isso, o ponteiro da balança vai lá pra
cima, o que a deixa ainda mais deprimida e insegura.
“A terapia age justamente nessa questão, ajudando a paciente a avaliar
até que ponto a sua interpretação é verdadeira e levando-a a enxergar o
fato como ele realmente é”, conta Vânia. Por meio desse processo, ela
aprende a conhecer e aceitar melhor as situações que lhe trazem
tristeza, em vez de evitar entrar em contato com a realidade e descontar
toda a sua tensão na comida.
“Depois de compreender os motivos que a fazem sofrer, a pessoa parte em
busca de soluções para quebrar esse ciclo e ser mais feliz e segura.
Como consequência, passa a se alimentar de forma mais equilibrada, sem
cometer excessos, e emagrece”, conclui a psicóloga.
É preciso vestir a camisa
O
objetivo do programa é fazer com que o paciente se comprometa a seguir a
dieta, por mais difícil que seja. Para que ele se envolva no
tratamento, são propostas algumas tarefas práticas, tais como:
– Anote os pensamentos negativistas e autodestrutivos, por exemplo:
“Nunca vou conseguir emagrecer”. Em seguida, ao lado de cada um,
registrar situações que contradigam essa afirmação, como “Quando decidi
que queria uma promoção no trabalho, eu me esforcei até conseguir”.
Assim, o paciente percebe que é capaz de alcançar o que deseja e, se de
fato quiser emagrecer, vai conseguir.
– Procure registrar as vantagens e as desvantagens de emagrecer e compará-las.
– Mantenha sempre à mão os “cartões de enfrentamento”, bilhetinhos que
reforcem o porquê de fazer dieta e a importância desse esforço para a
sua autoestima. São recursos que ajudam a raciocinar: “Se eu comer este
doce, terei uma satisfação momentânea, mas vou colocar em risco meu
plano de emagrecimento. Portanto, vou resistir”.